Você já ouviu falar em moda virtual? Sabe o que significa? Neste artigo, vamos explicar para você do que se trata e esclarecer como os NFTs se relacionam com esse tema. Também vamos mostrar como a Realidade Aumentada ajuda na experiência com a moda virtual e como o desenvolvimento do metaverso promete tornar as possibilidades ainda maiores.
O QUE É A MODA VIRTUAL?
Com o desenvolvimento do metaverso, as experiências no mundo virtual têm se tornado cada vez mais relevantes. Nesse ambiente, os avatares representam a nossa identidade para o resto das pessoas. Você já deve ter passado um bom tempo configurando a aparência de avatares, escolhendo os cabelos, os traços, as roupas, etc.
Se fora do metaverso a moda distingue as pessoas, trazendo individualidade e status para elas, no universo virtual têm acontecido a mesma coisa. Assim como compramos roupas para nos destacarmos em festas, os donos de avatares também têm comprado roupas virtuais para se destacarem no metaverso.
Em vários jogos é possível comprar roupas para o avatar. Se você é gamer, provavelmente já deve ter comprado alguma peça para o seu personagem. Mas imagina se essas roupas fossem únicas e criadas por estilistas famosos? Se você tivesse dinheiro suficiente, quanto pagaria por uma roupa que você achasse perfeita para vestir no mundo virtual?
É aí que entra a moda virtual, ou crypto fashion. Artistas têm se destacado no metaverso e se tornado grandes nomes na criação de roupas que só existem de forma virtual, vendendo peças por valores que chegam a dezenas de milhares de dólares.
COMO OS NFTS ENTRAM NESSA HISTÓRIA
Como já explicamos em alguns artigos aqui na P2E CREW, os NFTs são itens digitais exclusivos, que têm sua propriedade assegurada por protocolos de segurança. Isso quer dizer que, se um artista criar uma roupa virtual única, ele pode registrá-la na blockchain como um NFT, garantindo que ela seja propriedade exclusiva do cliente que a adquirir.
Isso possibilita duas mudanças em relação a antes do surgimento dos NFTs. Quando os jogos vendiam roupas para os avatares não era possível que as peças fossem únicas, nem que fossem propriedade individual de cada jogador. As peças eram genéricas e compradas por diversos jogadores, sem pertencerem a ninguém em específico.
Com os NFTs, uma pessoa pode ter uma roupa no mundo virtual que só ela pode usar. Imagina ter uma peça super cara feita por um artista muito conhecido? Isso traz um status para o proprietário dessa peça que equivale ao de andar por aí fora do metaverso com uma joia valiosa.
É claro que no mundo da moda nem sempre as peças são exclusivas, mas podem ter uma tiragem limitada. Isso também se aplica à moda virtual, podendo haver uma quantidade limitada de NFTs gerados representando exemplares legítimos de uma peça de coleção.
Assim como fora do metaverso, quem não tem essas peças legítimas está agindo ilegalmente se produzir réplicas falsificadas.
REALIDADE AUMENTADA
Outra aplicação da moda virtual está nas possibilidades trazidas pela Realidade Aumentada. A RA ocorre quando uma intervenção digital é feita em imagens reais. É o que acontece nos filtros do Snapchat ou Instagram, por exemplo.
Com o auxílio da RA, é possível que os próprios donos das roupas virtuais vistam as peças e gravem vídeos ou tirem fotos as usando para postar nas mídias sociais. Funciona exatamente como um filtro, mas que só o dono da roupa possui. Ao usá-lo, ele aparece na imagem da câmera vestindo a peça exclusiva.
Essa técnica tem sido bem-vista também como uma ferramenta para evitar o consumo excessivo de roupas em alguns países, como os Estados Unidos, que tem gerado um acúmulo de material descartado.
NOVAS POSSIBILIDADES PARA A MODA
As roupas virtuais permitem processos criativos que não são possíveis em roupas convencionais, como movimentos e detalhes que desafiam as leis da gravidade, por exemplo. Imagina usar um vestido com detalhes que flutuam e se movem ao redor dele!
Com isso, a crypto fashion liberta o universo da moda das leis da física, deixando que a liberdade criativa seja total. É possível, por exemplo, pensar em efeitos que só podiam existir anteriormente na nossa imaginação, como roupas transparentes ou em chamas.
Também não é mais necessário levar em conta a comodidade ou conforto da roupa em relação ao corpo do modelo. As peças podem ter quaisquer tamanhos e pesos, podem tampar o rosto do modelo ou serem muito apertadas. O corpo virtual do avatar não sofre com esses incômodos.
Dá até mesmo para pensar em peças que alterem a forma física do modelo, como uma roupa que o transforme em um esqueleto ou em um robô. As possibilidades são infinitas! E elas funcionam não só com os avatares, mas com os próprios donos das peças através dos filtros de RA. Já imaginou gravar um vídeo vestindo roupas como essas?
PARALELO COM O INÍCIO DA INTERNET
Para o fundador da P2E CREW, Matheus “Celtic” Souza: “Estamos caminhando para um mundo onde a única limitação no metaverso será a nossa criatividade, e com a moda do metaverso não vai ser diferente, uma vez que podemos ultrapassar todos os limites da física e criar roupas e acessórios totalmente diferentes do que temos atualmente.”
Celtic faz uma analogia com processos que já vivenciamos anteriormente: “Me lembro do início da Internet, quando apenas copiávamos o mundo impresso, criando espécies de revistas e enciclopédias. Depois vimos o nascimento do Google, do Facebook, dentre várias outras empresas que são produtos originais da Internet.”
Ele complementa afirmando que o mesmo irá acontecer com a moda virtual: “Agora novamente estamos apenas copiando a moda do mundo físico e a levando para o virtual, mas acredito nas mentes originais desse novo mundo e estou muito ansioso para ver o que elas vão criar e como vão transformar o ramo da moda.”
DESENVOLVIMENTO DO METAVERSO
Apesar de o metaverso já ser uma realidade, ele ainda está dando os seus primeiros passos. Por isso, ainda existe pouca portabilidade entre os diferentes mundos virtuais que o constituem. Por exemplo, se hoje eu comprar uma roupa em determinado jogo, dificilmente vou conseguir transferir a mesma roupa para outro jogo, para usá-la nele também.
Mas com o desenvolvimento do metaverso, a tendência é que você tenha um avatar que possa ser usado em qualquer mundo virtual em que estiver, seja ele de um jogo, de uma mídia social ou até mesmo da plataforma de trabalho virtual da sua empresa.
Desse modo, a roupa que você comprar vai poder ser usada por você em qualquer lugar do metaverso. Essa possibilidade torna o investimento nesse tipo de item ainda mais interessante, né?
Os tênis da marca RTFKT já estão adiantados na convergência de plataformas e experiências no metaverso. Eles tanto podem ser usados em alguns mundos virtuais como também podem ser vestidos virtualmente pelos seus donos por meio de filtros.
A tendência do mercado da moda é migrar cada vez mais para o metaverso, com a criação de eventos e desfiles, como já tem ocorrido em mundos virtuais como o de Decentraland.
DECENTRALAND
Decentraland é um jogo play to earn no qual os jogadores podem criar e vender roupas para os avatares do game. O site vende essas peças há alguns anos, mas a abertura desse mercado para todos os jogadores é recente, tendo ocorrido em junho de 2021.
Logo de início, um artista chamou atenção. Hiroto Kai criou quimonos que foram vendidos por cerca de US$ 140 cada. Em três semanas, o estilista virtual faturou em torno de US$ 20 mil. Hiroto estava com apenas 23 anos de idade quando atingiu esse sucesso.
Nesse curto período, ele ganhou o equivalente a um ano do que ganharia no trabalho que tinha na época. Então, ele se demitiu para trabalhar como designer em tempo integral.
MERCADO EM EXPANSÃO
Empresas de alta costura, como Gucci e Louis Vuitton, já estão correndo atrás para ocupar o metaverso. Mas não pense que esse mercado está disponibilizando apenas peças supercaras. A ideia é que o consumo de moda virtual se torne cada vez mais acessível.
A Gucci, por exemplo, já lançou uma coleção de tênis que custaram apenas US$ 12 cada. Para se ter uma ideia, um tênis real da marca sai por volta de R$ 5 mil.
Empresas de moda mais populares no mundo offline também estão ocupando esse espaço, como GAP, Crocs, Adidas, Macy’s e Nike. Esta última investiu pesado no segmento, adquirindo a RTFKT.
Diferente da Gucci, a RTFKT tem apostado em um público do metaverso com maior poder aquisitivo. Ela já lançou tênis que foram vendidos por até US$ 60 mil.
Um dos lançamentos da marca gerou US$ 3,1 milhões em vendas, com os NFTs disponibilizados tendo sido esgotados em apenas 7 minutos. Esse sucesso foi alcançado através de uma parceria com o artista de criptografia Fewocious, de apenas 18 anos.
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Se você se interessa pelos games play to earn, leia também o nosso artigo Play to earn: o que é, como funciona e os principais jogos.
Imagem de capa: Peça da coleção The Filigree Aesthetic, parceria da marca Glenfiddich com a design Stephanie Fung.